Bom dia Drª Madalena Munõz,
 
Num programa de televisão ouvi falar da Dieta de Restrição Calórica, que segundo percebi tem efeitos directos na saude e mobilidade, e fiquei com a pulga atrás da orelha...
 
Longe de mim querer influenciar o que a Drª Madalena pode escrever nas suas Dicas Saudaveis ou blogs, fica apenas uma sugestão :) eu, pela minha parte, gostaria muito de saber a sua opinião acerca desta dieta, bem como algumas explicações/especificações que considerasse importantes.
 
Obrigada pela atenção dispensada, Cumprimentos,
Joana

RESPOSTA 

Viva Joana

Não sei exactamente a que se referia essa dieta, mas em certos casos clínicos e devidamente acompanhados por médicos e nutricionistas, uma dieta de muito baixo valor calórico pode ser uma opção de curto prazo viável para o controlo de peso, como adjuvante na terapia em grandes obesidades.

De resto é perigoso e portanto desaconselhado como método de perda de peso.

Existe ainda uma "corrente de pensamento" sobre a restrição calórica e a longevidade (Calorie Restriction with Optimum Nutrition, CRON), sendo esta restrição apenas isso, ou seja, as calorias finais são supostamente suficientes para manter uma boa saúde. É um exercício muito penoso para o praticante porque tem de contabilizar ao milímetro tudo o que ingere para que a dieta seja de facto equilibrada, não havendo espaço de manobra para nada que não seja estritamente essencial. E é comum sentir-se fome e pode-se ainda ficar obcecado com comida. A nossa cultura e modos de vida em sociedade para a vasta maioria das pessoas não se compadece com este tipo de dieta, e por isso não sendo prático nem fácil de manter, normalmente não é o modo como são conduzidas as consultas. Também as alegações de longevidade estão provadas em animais mas em humanos há apenas indicações que também possa ser útil, havendo, nestas suposições, até um proposto IMC de 20-21 como o ideal a atingir. É difícil de estudar em humanos, por motivos éticos e metodológicos. Do ponto de vista nutricional até pode ser o melhor que há, mas com todas as contra indicações mencionadas ainda se acrescenta o facto de não sermos apenas seres que comem, somos seres que pensam e sentem, e a comida e as refeições são indiscutivelmente afectivas também.

Espero ter sido útil.

Cumprimentos,

Madalena Muñoz